terça-feira, 31 de julho de 2012
Todas as coisas
Todos os belos detalhes ao redor foram feitos para você,
por todas as boas coisas que você fez.
por todos os sorrisos, seus e meus,
e todos os arrepios.
por uma respiração, sua ou minha.
Então, por tantas coisas
e mais tantas outras,
por te amar tanto,
é que te deixo ir
de certo modo, onde você estiver
é também onde estará o meu coração,
e se algum dia você resolver voltar,
eu estarei aqui
ainda com meus óculos
tendo tanta coisa para dizer
e engasgando cada palavra
e mesmo após inumeros poços escuros
saiba que você é sim tudo isso e mais
e por saber que você cruzaria todas as linhas por mim
eu guardo algo bom todos os dias
é verdade, foram tempos difíceis
mas veja todas as coisas que brilham
e elas brilham por você
e sim, nós transformamos em algo belo
todos os nossos olhares.
então é minha vez,
cruzando todas as linhas,
por te amar tanto,
eu te deixo ir.
domingo, 22 de julho de 2012
meios
E de repente todas as histórias se misturam e se embaralham, as vezes até mesmo se transformam. Colocando tantos dizeres amáveis em cantos alheios. E só o que resta é o centro em meio a desencontros e coincidências distintas que só mesmo o destino pode coincidir.
Há sempre um véu por trás de cada palavra, de cada história, que separa aquilo que dizemos do que realmente queremos dizer. Há sempre tantas letras miúdas tantos pontos desfocados que o real se perde; até que qualquer coisa sopra todas as marcas da vida e as coloca com clareza em seus devidos lugares e é nesse momento que nos perdemos. Por não saber agir em meio ao que é claro e transparente, muito acostumados aos disfarces e ao que se esconde.
Há sempre um véu por trás de cada palavra, de cada história, que separa aquilo que dizemos do que realmente queremos dizer. Há sempre tantas letras miúdas tantos pontos desfocados que o real se perde; até que qualquer coisa sopra todas as marcas da vida e as coloca com clareza em seus devidos lugares e é nesse momento que nos perdemos. Por não saber agir em meio ao que é claro e transparente, muito acostumados aos disfarces e ao que se esconde.
terça-feira, 10 de julho de 2012
casaco preto
E, sem avisos nem alertas, você sente aquele cheiro
no casaco que ficou tanto tempo emprestado. Ali na
curva do pescoço para o ombro, onde ela espirra uma
dose de cada lado. Sem perceber esquece todos os
pensamentos, perde o fio, o sentido,quase tudo... e só
há uma única reação: uma lágrima. Uma. Que escorre
e carrega pontos de tantas coisas que se misturam e se
separam, que doem e alegram.
No final você acaba abraçada a um casaco preto, usado,
esperando qualquer coisa, qualquer palavra que não chega.
no casaco que ficou tanto tempo emprestado. Ali na
curva do pescoço para o ombro, onde ela espirra uma
dose de cada lado. Sem perceber esquece todos os
pensamentos, perde o fio, o sentido,quase tudo... e só
há uma única reação: uma lágrima. Uma. Que escorre
e carrega pontos de tantas coisas que se misturam e se
separam, que doem e alegram.
No final você acaba abraçada a um casaco preto, usado,
esperando qualquer coisa, qualquer palavra que não chega.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
.
Buquê de presságios, de Marcelo Montenegro
De tudo, talvez, permaneça
o que significa. O que
não interessa. De tudo,
quem sabe, fique aquilo
que passa. Um gerânio
de aflição. Um gosto
de obturação na boca.
Você de cabelo molhado
saindo do banho.
Uma piada. Um provérbio.
Um buquê de presságios.
Sons de gotas na torneira da pia.
Tranqueiras líricas
na velha caixa de sapato.
De tudo, talvez, restem
bêbadas anotações
no guardanapo.
E aquela música linda
que nunca toca no rádio.
o que significa. O que
não interessa. De tudo,
quem sabe, fique aquilo
que passa. Um gerânio
de aflição. Um gosto
de obturação na boca.
Você de cabelo molhado
saindo do banho.
Uma piada. Um provérbio.
Um buquê de presságios.
Sons de gotas na torneira da pia.
Tranqueiras líricas
na velha caixa de sapato.
De tudo, talvez, restem
bêbadas anotações
no guardanapo.
E aquela música linda
que nunca toca no rádio.
sábado, 7 de julho de 2012
inesperado
A gente vai levando os dias como donos dele, vamos vivendo como se a cada passo dado nos tornássemos mais fortes, mais equilibrados e no controle daquilo que nos pertence (ou que achamos que nos pertence). Nos vemos no direito de ter tantos direitos. Nada nos atinge. Realmente, nós somos grandes, vívidos e independentes.
De repente e não mais que isso, uma brisa sopra para o lado errado. Uma força diferente, uma força não prevista. Sem mais nem menos a gente perde o equilíbrio, a gente vira do avesso, se perde. A gente cai e se machuca. E fica.
Eu que era tão forte, tão dono dos dias, tão dono de mim recebi uma caricia do inesperado e, indefeso, caí.
De repente e não mais que isso, uma brisa sopra para o lado errado. Uma força diferente, uma força não prevista. Sem mais nem menos a gente perde o equilíbrio, a gente vira do avesso, se perde. A gente cai e se machuca. E fica.
Eu que era tão forte, tão dono dos dias, tão dono de mim recebi uma caricia do inesperado e, indefeso, caí.
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