quinta-feira, 2 de agosto de 2012
"eles se amam, todo mundo sabe mas ninguém acredita. não conseguem ficar juntos. simples. complexo. quase impossivel. ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. alguns dizem que isso jamais daria certo. outros dizem que foram feitos um para o outro. eles preferem não dizer nada. preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. ela quer atitudes, ele quer ela. todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. e assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. e mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz."
Tati Bernardi
terça-feira, 31 de julho de 2012
Todas as coisas
Todos os belos detalhes ao redor foram feitos para você,
por todas as boas coisas que você fez.
por todos os sorrisos, seus e meus,
e todos os arrepios.
por uma respiração, sua ou minha.
Então, por tantas coisas
e mais tantas outras,
por te amar tanto,
é que te deixo ir
de certo modo, onde você estiver
é também onde estará o meu coração,
e se algum dia você resolver voltar,
eu estarei aqui
ainda com meus óculos
tendo tanta coisa para dizer
e engasgando cada palavra
e mesmo após inumeros poços escuros
saiba que você é sim tudo isso e mais
e por saber que você cruzaria todas as linhas por mim
eu guardo algo bom todos os dias
é verdade, foram tempos difíceis
mas veja todas as coisas que brilham
e elas brilham por você
e sim, nós transformamos em algo belo
todos os nossos olhares.
então é minha vez,
cruzando todas as linhas,
por te amar tanto,
eu te deixo ir.
domingo, 22 de julho de 2012
meios
E de repente todas as histórias se misturam e se embaralham, as vezes até mesmo se transformam. Colocando tantos dizeres amáveis em cantos alheios. E só o que resta é o centro em meio a desencontros e coincidências distintas que só mesmo o destino pode coincidir.
Há sempre um véu por trás de cada palavra, de cada história, que separa aquilo que dizemos do que realmente queremos dizer. Há sempre tantas letras miúdas tantos pontos desfocados que o real se perde; até que qualquer coisa sopra todas as marcas da vida e as coloca com clareza em seus devidos lugares e é nesse momento que nos perdemos. Por não saber agir em meio ao que é claro e transparente, muito acostumados aos disfarces e ao que se esconde.
Há sempre um véu por trás de cada palavra, de cada história, que separa aquilo que dizemos do que realmente queremos dizer. Há sempre tantas letras miúdas tantos pontos desfocados que o real se perde; até que qualquer coisa sopra todas as marcas da vida e as coloca com clareza em seus devidos lugares e é nesse momento que nos perdemos. Por não saber agir em meio ao que é claro e transparente, muito acostumados aos disfarces e ao que se esconde.
terça-feira, 10 de julho de 2012
casaco preto
E, sem avisos nem alertas, você sente aquele cheiro
no casaco que ficou tanto tempo emprestado. Ali na
curva do pescoço para o ombro, onde ela espirra uma
dose de cada lado. Sem perceber esquece todos os
pensamentos, perde o fio, o sentido,quase tudo... e só
há uma única reação: uma lágrima. Uma. Que escorre
e carrega pontos de tantas coisas que se misturam e se
separam, que doem e alegram.
No final você acaba abraçada a um casaco preto, usado,
esperando qualquer coisa, qualquer palavra que não chega.
no casaco que ficou tanto tempo emprestado. Ali na
curva do pescoço para o ombro, onde ela espirra uma
dose de cada lado. Sem perceber esquece todos os
pensamentos, perde o fio, o sentido,quase tudo... e só
há uma única reação: uma lágrima. Uma. Que escorre
e carrega pontos de tantas coisas que se misturam e se
separam, que doem e alegram.
No final você acaba abraçada a um casaco preto, usado,
esperando qualquer coisa, qualquer palavra que não chega.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
.
Buquê de presságios, de Marcelo Montenegro
De tudo, talvez, permaneça
o que significa. O que
não interessa. De tudo,
quem sabe, fique aquilo
que passa. Um gerânio
de aflição. Um gosto
de obturação na boca.
Você de cabelo molhado
saindo do banho.
Uma piada. Um provérbio.
Um buquê de presságios.
Sons de gotas na torneira da pia.
Tranqueiras líricas
na velha caixa de sapato.
De tudo, talvez, restem
bêbadas anotações
no guardanapo.
E aquela música linda
que nunca toca no rádio.
o que significa. O que
não interessa. De tudo,
quem sabe, fique aquilo
que passa. Um gerânio
de aflição. Um gosto
de obturação na boca.
Você de cabelo molhado
saindo do banho.
Uma piada. Um provérbio.
Um buquê de presságios.
Sons de gotas na torneira da pia.
Tranqueiras líricas
na velha caixa de sapato.
De tudo, talvez, restem
bêbadas anotações
no guardanapo.
E aquela música linda
que nunca toca no rádio.
sábado, 7 de julho de 2012
inesperado
A gente vai levando os dias como donos dele, vamos vivendo como se a cada passo dado nos tornássemos mais fortes, mais equilibrados e no controle daquilo que nos pertence (ou que achamos que nos pertence). Nos vemos no direito de ter tantos direitos. Nada nos atinge. Realmente, nós somos grandes, vívidos e independentes.
De repente e não mais que isso, uma brisa sopra para o lado errado. Uma força diferente, uma força não prevista. Sem mais nem menos a gente perde o equilíbrio, a gente vira do avesso, se perde. A gente cai e se machuca. E fica.
Eu que era tão forte, tão dono dos dias, tão dono de mim recebi uma caricia do inesperado e, indefeso, caí.
De repente e não mais que isso, uma brisa sopra para o lado errado. Uma força diferente, uma força não prevista. Sem mais nem menos a gente perde o equilíbrio, a gente vira do avesso, se perde. A gente cai e se machuca. E fica.
Eu que era tão forte, tão dono dos dias, tão dono de mim recebi uma caricia do inesperado e, indefeso, caí.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
fazer nada
Dizem que quando você não sabe mais o que fazer, quando já se olhou em todas as direções e tocou todas as pedras é hora de não se fazer nada. Dizem que é a hora do ar, hora de respirar e sentir os pulmões, ouvir o coração. Engolir o choro e esperar o resto da noite passar, deixar o dia nascer de novo.
Quando não se sabe mais para onde ir é preciso deixar que o caminho chame. Parar de falar e começar a escutar. fechar os olhos.
Quando se está perdido as janelas se fecham e nada parece vir ao seu alcance e de algum jeito a gente espera fazendo o melhor, esperando o melhor... em breve.
(...)
Quando não se sabe mais para onde ir é preciso deixar que o caminho chame. Parar de falar e começar a escutar. fechar os olhos.
Quando se está perdido as janelas se fecham e nada parece vir ao seu alcance e de algum jeito a gente espera fazendo o melhor, esperando o melhor... em breve.
(...)
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
interiorização confusão
É como se o vazio fosse além dele mesmo. Como se ser ôco não fosse a ultima parada. Mas como é possível ser mais (ou menos) que o nada na própria definição?
Fiquei parada tantos segundos em uma especie de vazio e tudo o que eu queria era o contrário daquilo. Veja bem, tudo o que eu queria, não tudo o que eu pensava. O que eu pensava era em pensar em algo "vamos, qualquer coisa... tem de haver alguém aí dentro".
Uma vez, em uma discussão,usaram a seguinte frase: Eu não vou ficar falando o que penso enquanto você fica aí interiorizando. IN-TE-RI-O-RI-ZAN-DO. Nunca tinha ouvido uma definição tão boa, todavia interiorizando pra onde? O interior do nada é tão vazio quanto o cenário ao seu redor, ou seja...
Talvez a interiorização não seja assim tão nula, de repente é só uma lentidão no processo de reação onde gasta-se um tempo absorvendo. Ouço o que é dito, vejo o que é expressado, sinto o que é passado, e no final de tanta absorção não consigo responder nada relevante. Irônico, não?
No final de tudo a única coisa que tinha era o que sentia, que era sempre mal-entendida pelo que dizia, que era a transcrição errada de toda aquela in-te-ri-o-ri-za-ção.
No final de tudo mesmo a gente machuca quem ama por interiorizar demais e de novo por... nem sei mais o porquê. Pela transcrição errada. É tudo culpa da transcrição.
(...)
Novamente me perdi naqueles segundos vazios - engraçado como eles parecem muito mais que segundos. No final das contas não se vai muito longe, o "pra frente" não gera muita distância. Dessa vez eu penso e desejo a mesma coisa... e sinto. Desejo ela , a certeza dela, o cheiro dela. Sem abobrinhas, sem arranhões. Sem sufoco, definitivamente sem transcrições. Desejo principalmente o bem dela em qualquer lugar, onde quer que esteja. E, se possível, desejo também um perdão por tanta transcrição errada de tanta interiorização não dita.
Fiquei parada tantos segundos em uma especie de vazio e tudo o que eu queria era o contrário daquilo. Veja bem, tudo o que eu queria, não tudo o que eu pensava. O que eu pensava era em pensar em algo "vamos, qualquer coisa... tem de haver alguém aí dentro".
Uma vez, em uma discussão,usaram a seguinte frase: Eu não vou ficar falando o que penso enquanto você fica aí interiorizando. IN-TE-RI-O-RI-ZAN-DO. Nunca tinha ouvido uma definição tão boa, todavia interiorizando pra onde? O interior do nada é tão vazio quanto o cenário ao seu redor, ou seja...
Talvez a interiorização não seja assim tão nula, de repente é só uma lentidão no processo de reação onde gasta-se um tempo absorvendo. Ouço o que é dito, vejo o que é expressado, sinto o que é passado, e no final de tanta absorção não consigo responder nada relevante. Irônico, não?
No final de tudo a única coisa que tinha era o que sentia, que era sempre mal-entendida pelo que dizia, que era a transcrição errada de toda aquela in-te-ri-o-ri-za-ção.
No final de tudo mesmo a gente machuca quem ama por interiorizar demais e de novo por... nem sei mais o porquê. Pela transcrição errada. É tudo culpa da transcrição.
(...)
Novamente me perdi naqueles segundos vazios - engraçado como eles parecem muito mais que segundos. No final das contas não se vai muito longe, o "pra frente" não gera muita distância. Dessa vez eu penso e desejo a mesma coisa... e sinto. Desejo ela , a certeza dela, o cheiro dela. Sem abobrinhas, sem arranhões. Sem sufoco, definitivamente sem transcrições. Desejo principalmente o bem dela em qualquer lugar, onde quer que esteja. E, se possível, desejo também um perdão por tanta transcrição errada de tanta interiorização não dita.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
: )
"Poderíamos casar, teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos."
Caio Fernando Abreu
Assinar:
Comentários (Atom)